Nas várias posições táticas do futebol, penso que em uma, e apenas nessa posição, exista uma carência muito grande de bons jogadores: a lateral-direita.
Desde a década de 80 que não aparece um grande nome para ocupar esse, digamos, essa ingrata posição.
Djalma Santos passou a camisa a Carlos Alberto, que passou para Nelinho, que passou a Leandro, que por sua vez, passou a Jorginho que entregou a Cafu.
Nessa lista podemos ver que depois de Leandro, não apareceu mais nenhum lateral. Cafu e Jorginho eram jogadores obedientes taticamente, mas jamais serão lembrados como craques.
O efeito da chamada Dinamáquina de 86, ajudou a agravar o problema. Com a criação do 3-5-2, os laterais tornaram-se “alas”. A função de “ala” deve ser exercida por um jogador mais habilidoso, técnico e inteligente, pois exige mais que ele ataque do que defenda. A necessidade de técnica leva alguns treinadores a colocar jogadores de meio-campo para exercer a função, ou dependendo da situação, improvisar atacantes velozes.
Penso que é uma perda imensa para o futebol a quase extinção de bons laterais. Assim como a extinção dos pontas de lança (como diz Zagallo) fez com que o futebol tornasse mais tático que belo, mais mecânico que orgânico.
Sinto muito por isso. Até o futebol tornou-se hipermoderno.